terça-feira, 1 de julho de 2008

Avançado

[post de 24 de Março de 2004]

Venho com ela nas mãos, em passos lentos, parado no tempo. Dou-lhe carinho, esfrego na camisola, faço-a girar entre os braços num ritmo descendente. Quando toca no chão, já sabe que lhe vou bater, ao de leve, ou com força.
Olha para mim, vê-me a afastar, em passos lentos, parado no tempo.
E agora que estamos frente a frente, já me viu assim, nervoso e decidido, já me viu com o mesmo jeito antes da euforia ou da frustração: entre as duas, decido com ela, à minha responsabilidade. Fecha os olhos ao ver-me partir, imagina-me alegre ou triste, vá para rede ou para a bancada... Cerra o semblante quando o pé lhe acerta um murro no estômago. Amparada pela malha amparou-me a dor.

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